Até que ponto vale a pena sentir saudade do passado? Subjetivo.
É bom sentir saudade, pois cada segundo dela vivido nos mostra que tudo vale a pena quando é verdadeiramente verdadeiro. E quando sentimos falta é porque foi bom. Concorda?
Um pequeno lampejo de
saudade rebuscada nos arquivos da mente e todo corpo fica enfeitiçado da mesma.
É perda de tempo tentar esquecer. Que sentir saudade não significa que você
melhorou como pessoa, que agora magistralmente seu temperamento é compatível e
o correto seria viver aquilo tudo de novo, do êxtase à dor. Significa apenas
que foi bom, que foi inesquecível. E que qualquer amor que força as cordas
vocais a produzirem um eu te amo não tem fim, mesmo acabando sempre do mesmo
jeito, dividido por dois.
Será que vale a pena
ficar minutos, horas, dias, meses, pensando o que o outro está sentindo,
pensando e fazendo? Por que sentimos tanta dificuldade em voltar o foco apenas
para nossa própria vida? Será que ficamos tristes e decepcionados por estar
longe de quem amamos ou será que é por tudo que deixaram de fazer e nos fizeram
sentir? Contraditório, não? Pois se durante um relacionamento sofremos por
algumas atitudes ou pela falta de outras, como podemos sentir falta do que nos
fez sofrer? Creio eu que sofremos mesmo por aquilo que esperávamos receber e
não recebemos, pelas expectativas que criamos ao longo da vida. Sofremos na
verdade não por estar sem a presença daquela pessoa, mas sim por não
realizarmos o que tanto esperávamos junto dessa pessoa. Mas não podemos querer sozinho
o que pode e deve ser feito a dois.
A realidade é muito
triste. As pessoas gostam do sentimento de saber que alguém corre por elas. As
pessoas gostam de saber que tem o domínio sobre outra pessoa. As pessoas fingem
precisar de quem não precisam, pelo simples fato de quererem se sentir amadas.
As pessoas apaixonam umas as outras, sem a intenção de estar junto. As pessoas
gostam dos finais, e fazem de tudo pra jogar a culpa do outro lado. A maioria
não ama, faz amar. E nunca são o que se dizem ser. Dói-me compreender isso, mesmo
lutando por um objetivo onde minha meta é traçar o oposto do que essa realidade
aterrorizante nos passa. É crer que ainda há esperança dentro disso tudo. Que
tudo pode ser diferente. Que tudo possa ser sincero e verdadeiro a ponto de
transformar essa dura realidade negativa em algo positivo e nos torne mais
humanos.
“Ontem
sonhei contigo e passei todo o dia a desenhar o teu rosto na paisagem e até no
asfalto quente em que freei distraído diante dos teus olhos: uma miragem do sol
ou dos meus desejos. Não foi teu sorriso que eu vi no retrovisor nem tua era a
mão do vento que afagou os meus cabelos tristonhos. Foi só um lampejo de saudade que te trouxe a mim
como um presente.”
É uma pena. Merecíamos
muito dividir a nossa dor. Quem sabe daí, não brotaria um novo amor. Não foi
por desespero não foi por solidão. Eu realmente quis conhecer melhor o teu
coração. Mas, mais uma vez a vida, me negou a oportunidade de ser feliz. É uma
pena você ter ido por um caminho. É uma pena eu não ter te
seguido. Pois saiba que se você tivesse aberto seus braços para mim, tenho
certeza que era neles que eu hoje repousava e me acalentava. É estranho sentir saudade do
que a gente não conseguiu viver. Optar pelo óbvio ou pelo mais fácil nem sempre traz felicidade. Escolhas.
"Dê
valor as pessoas enquanto elas estão por perto. Saudade não será motivo
suficiente para que elas voltem."
Muito bom, Paulo Matheus! Sentimento partilhado! Jane.
ResponderExcluirOi, Paulo! Me permite compartilhar alguns trechos do seu texto no meu blog? Me comprometo de te dar os créditos devidos e citar o seu blog. Um abraço. Jane
ResponderExcluirOlá Jane. Perdão pela demora. Estive afastado do blog por um longo tempo. Estive me refazendo e tentando construir uma nova identidade. Fique a vontade para compartilhar meus textos. Abraço!
ExcluirOi, Paulo! Adorei sua visita e obrigada pela gentileza! Grande abraço. Jane.
ExcluirComo você não me respondeu, me visite: http://jane-reis.zip.net. Um abraço!
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